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quinta-feira, 6 de julho de 2017

                                                          Viagem de férias
Rogisvaldo tinha um sonho, trabalhar muito, guardar dinheiro, para fazer uma excursão fora do seu país. Depois de alguns anos, comendo arroz, feijão e ovo, usando as mesmas roupas de sempre, economizou o necessário para comprar as passagens e conseguir um pacote, do mais simples, para fazer a tão sonhada viagem. Suas férias coincidiram com o período do inverno e, por essa, Rogisvaldo não esperava. O país escolhido é muito frio, ele não tem roupa apropriada, escolheu, sem muita opção, as mais quentes, arrumou suas malas e zarpou para o estrangeiro. Todo feliz chegou ao seu destino. Capital do país, onde tudo é muito caro, foi para um hotel de quinta, onde só oferecia, além da dormida, o café da manhã, a comida era paga à parte. Muito caro. Depois de um curto descanso saiu, sozinho, para conhecer os pontos turísticos. Não dominava bem o idioma, se comunicando como podia, lá foi ele. Andou fotografou, queria registrar tudo, para mostrar pra família. A certa altura do dia, a barriga roncou, era hora de comer alguma coisa que desse sustância para continuar o passeio. Sentou num restaurante e pediu o prato bonito, mas com um nome esquisito. Depois de encher a pança era hora de pagar a gastança. E que gastança! O coitado não sabia que era tão caro, ninguém tinha avisado. Primeira decepção. Por sorte o que tinha no bolso dava pra pagar, só não sobrou nem um tostão.
Voltou pro hotel, tomou um banho e foi descansar. Tinha que planejar os dias seguintes.
Ficou sabendo que no hotel tinha uma cozinha que o hóspede poderia fazer seu próprio alimento, menos mal. Saiu fez uma comprinha, o mais barato que tinha. Voltou, preparou sua marmitinha e foi curtir suas férias. O dia estava bonito, mas o frio era de doer!
Rogisvaldo pensou no que poderia fazer para se aquecer. Comprar um casacão está fora de cogitação. Mais uma decepção.  Depois de muita aflição, lembrou-se de algo que poderia aquecê-lo. Jornal.  Que vexame! Pensou Rogisvaldo: _ “Paguei passagem aérea pra outro país, vê se vou me enrolar nas notícias de ontem? Não sou peixe!”.

No dia seguinte, caminhando vagarosamente, pelas ruas da cidade, com cara de paisagem, lá estava o Rogisvaldo, fofinho, quentinho, fotografando, registrando quase tudo, para mostrar pra família.

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Momentos



21/4/2017 – Hercília M. Andrade
Passos lentos, cabeça baixa, semblante triste, bem devagar, senta num banco da praça. Olha à volta, como quem procura alguém e, com um tímido sorriso no canto dos lábios, mergulha em suas lembranças.
Alheio a tudo, muita conversa, pessoas que passam, o gargalhar das crianças, nada importa agora. Aos poucos, aqueles olhos tristes e sem o brilho da juventude tão distante, pára em um ponto qualquer, na linha do horizonte. Não observa as horas que passam, nem os dias ou os anos... sem esperança, projetos, sonhos, aguarda não sabe o quê... quando... não importa, tudo está bom, ou não.
É assim, todos os dias, olha à volta, deitado naquela cama macia de um quarto simples, silencioso, sem ter com quem conversar. Na cabeceira, um criado mudo com um copo com água e algumas bolachas amolecidas fora do pote. Mas ainda consegue pensar, lembrar ou criar situações que gostaria de vivenciar, afinal, isso não cansa. Os dias são longos e as noites...ah... essas são piores, o sono é picado. Por que não amanhece logo?!
Tudo passa... aquela vivacidade de menino espevitado, correndo pelo pasto, subindo em alguma árvore em busca de fruto, banhando-se no córrego em dias quentes de verão. Os namoricos, beijos roubados, desabrochar para o amor, descobertas tão gostosas de quem deixa a inocente infância para trás e mergulha de cabeça em novas experiências, com muitas exigências impostas pela vida. Tudo rápido demais. Trabalho, família, contas... Mal se deu conta e já perdeu a conta de quanto perdeu: os filhos cresceram, os cabelos embranqueceram... Mas ganhou também... Lembranças, ninguém vê. Só vê quem tem para lembrar.
Pela janela aberta sente o calor do sol, o cheiro das flores no jardim, ouve a algazarra dos pássaros lá fora, a conversa dos vizinhos. Como é bom viver!
Ansioso espera alguém se lembrar de ir visitar, para contar alguma novidade. Tem necessidade de saber o que está acontecendo fora do seu pequeno quarto. Conversar é bom, rir de alguma piada dita tantas vezes, como se fosse a primeira. Não importa, é bom.
As horas passam e não vem ninguém.
Então é hora de sair daquela pasmeira, descer pela ladeira, andar pela rua a passos largos, cumprimentando a todos que encontrar, conhecidos ou não, atravessar a avenida, entrar nas lojas, comprar alguma fruta, parar numa banca de jornal para ler as manchetes, oferecer bala para a criança que passa fazendo birra porque está cansada. Andar novamente, livre, desimpedido, atravessar a esquina e fazer o trajeto inverso, voltando para casa, desejoso por um copo com água fresca.
O corpo dói, muda de posição na cama, estende o braço e, com dificuldade, pega o copo e toma um gole daquela água que não está tão fresca. Esqueceram de trocar.
Tem vontade de sair daquela cama com os lençóis amarrotados, o travesseiro amassado, cobertor bem usado, mas o corpo não ajuda, as pernas trêmulas e fracas, não são as mesmas de anos atrás. Num esforço descomunal, bem devagar consegue levantar para, enfim, sentar e descansar numa cadeira de madeira, num canto do quarto e ali passar um tempo, esperando até renovar as forças e, arrastando os pés pesados, pelo piso desbotado, com muito cuidado, amparando-se numa bengala, caminha para a sala indo direto para o sofá, esquecendo-se da janela onde sempre dá uma espiadela, para ver se surgiu algo novo lá em baixo, no quintal, lugar em que gostava de plantar. Fica ali largado e olhando para o lado depara com a empoeirada estante, onde estão depositados tantos livros importantes que antes folheava com tanto prazer. Dá vontade de pegar algum para ler, mas desanima só de pensar que precisa se esforçar para levantar.
Sente o cheiro de café, é hora do lanche da tarde.
Saboreia o café quente servido numa caneca de louça com um pedaço de pão com manteiga, bem lentamente porque já não tem dentes para ajudar a mastigar. A televisão está ligada num programa qualquer. Que dia é hoje? Não importa. Já está na hora de se arrumar para ir à igreja. Levanta rapidamente, vai ao quarto e abre o guarda-roupa para pegar seu melhor terno que combina com a linda gravata que ganhou do filho mais novo. Veste-se, pega sua bíblia e sai porta afora, não quer chegar atrasado. Chega ao salão de culto, a organista dedilha uma música solene, enquanto caminha vai cumprimentando discretamente alguns irmãos. Senta-se ao lado dos coristas e com o coração cheio de júbilo presta seu culto de adoração ao Criador. Ao final, o coral se levanta e entoa o último hino da noite, regido por ele, com todo vigor. Ainda não tinha terminado quando é despertado do seu devaneio pela mesma voz de sempre, seu filho, fiel cuidador: “_ Vem tomar um banho que sua janta já está pronta.”  Amparado por um par de braços fracos, caminham lentamente para o banheiro.
Ainda resta um fio de esperança. O que seria do homem sem sua lembrança?
Desilusão.


(inspirado em meu amado irmão Enéas)

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

“Do alto me virá o socorro”

O mundo está em perigo, não há nada que se possa fazer,
O mundo está em perigo, todos irão perecer.
A Terra que agora nos acolhe, já está cansada de nós,
Ela nos dá o melhor que tem e em troca recebe o nosso desdém.

Esgotamos seus recursos, os rios, mudamos o curso;
Suas águas poluímos, peixes não mais encontramos.
As florestas desmatamos, os frutos cada vez mais raros estão.
Solo seco, carcaças pelo chão. Quando haverá conscientização?

Tarde demais, só há desolação  
E o homem buscando em outro planeta
Uma nova locação.
A natureza geme, sofre,
Aguardando uma solução.

Enquanto ela não vem,
Com suor e lágrima um grito rouco ecoa até ao céu:
“_Aba Pai, Paizinho”! De onde me virá o socorro?
E o vento sussurra mansamente... aquiete... agüente...

Breve virá o fim desse teu triste tormento,
É das alturas que virá o teu livramento.
Deus que a tudo atento está
Novo céu e nova terra em breve nos dará.
Hercília M. Andrade.

08/10/2015

sexta-feira, 10 de julho de 2015

O papel do papel

O PAPEL DO PAPEL
Autora: Hercília M. Andrade

Acredito que ninguém nunca parou para pensar sobre a grande contribuição que deu ao mundo, quem inventou o papel. Um material aparentemente insignificante, todos utilizam e que, dizem os “entendidos”, está sendo substituído pela evolução da tecnologia. Será que o papel está com os dias contados? Duvido muito!
Para fazê-lo, precisa-se da celulose e com isso, o sacrifício de vidas. Árvores são cortadas para serem utilizadas como matéria prima em sua fabricação.
O papel tem um papel muito importante na sociedade. Ele é insubstituível, ninguém pode viver sem o papel.
Vamos pensar um pouco no papel do papel. Ele proporciona prazer, alegria, satisfação, segurança, saudade e também tristeza. Traz boas ou más lembranças. Estabilidade ou desgraça. Acompanha o indivíduo desde antes do nascimento até depois da morte.
Quando Gutemberg inventou a imprensa lá estava o papel em uma das mais importantes funções, imprimir o primeiro livro – a Bíblia. Agora temos os livros, as revistas, os jornais para todos os gostos e necessidades e para adquiri-los é necessário dinheiro, papel moeda. Se a gente compra pela internet, não precisa, mas o material vem embalado em papel e a nota de compra também vem impressa no papel.
Nos comunicados de casamentos, chás de bebês, na certidão de nascimento, registro de identidade, no diploma, no atestado de óbito, nos contratos, nos processos e nos testamentos.
Nas festas, nos presentes, nos docinhos. Nas paredes e nas estantes. Nas brincadeiras de crianças, no ar, na água ou na terra, as pipas coloridas os aviõezinhos, os barquinhos, o chapéu e a espada do soldado.
Nos aeroportos e rodoviárias.
Mas é nas agências bancárias que está o papel mais cobiçado e por ele pessoas são capazes de matar ou morrer.

Mas tem um lugar, em especial, onde o papel faz mais falta e quando não tem dá vontade de morrer. É no banheiro! 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Conserve o jardim



Conserve o jardim

            Um esposo foi visitar um sábio e disse-lhe que já não amava mais sua esposa e que pensava em separar-se. O sábio escutou-o, olhou-o nos olhos e disse-lhe apenas uma palavra: “Ame-a”. E se calou. “Mas, já não sinto nada por ela!” “Ame-a”, disse-lhe novamente o sábio. E diante do desconcerto do senhor, disse-lhe o seguinte: “Amar é uma decisão, não um sentimento; amar é dedicação e entrega. Amar é um verbo e o fruto dessa ação é o amor. O amor é um exercício de jardinagem: arranque o que faz mal, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado porque haverá pragas, secas ou excessos de chuvas, mas nem por isso abandone o seu jardim. Ame seu par, ou seja, o aceite valorize-o, respeite-o, dê afeto e ternura, admire e compreenda-o. Isso é tudo. Ame!”
            A inteligência sem amor te faz perverso. A justiça sem amor te faz implacável. A diplomacia sem amor te faz hipócrita. O êxito sem amor te faz arrogante. A docilidade sem amor te faz servil. A pobreza sem amor te faz orgulhoso. A beleza sem amor te faz ridículo. A autoridade sem amor te faz tirano. O trabalho sem amor te faz escravo. A simplicidade sem amor te deprecia. A oração sem amor te faz introvertido. A lei sem amor te escraviza. A política sem amor te deixa egoísta. A fé sem amor te deixa fanático. A cruz sem amor se converte em tortura. A vida sem amor não tem sentido.
Há um amor que é fruto de escolha nossa, mas há também um amor sobrenatural, que é derramado pelo Pai no coração daqueles que andam em Sua presença.
            Falta-lhe amor? Deus é a fonte de todo amor que você precisa. “Quem crer em Mim. Como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.” Jo 7:38

Pessoas folhas


Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigo. Há muitos tipos de amigos.

Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.

O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe. Mostram o que é ter vida.

Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós.

Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem.

Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominados amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros. Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz...

Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então e chamado de amigo namorado. Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.

Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.

Falando em perto, não podemos esquecer-nos dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.

O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas.
Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações.

Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria. Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam com o nosso caminho.

Desejo a você, folha da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...
Hoje e Sempre... Simplesmente por que: "Cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso".

É preciso agradecer!

“Graças te rendemos, ó Deus; graças te rendemos, e invocamos o teu nome, declaramos as tuas maravilhas” (Sl 75:1)
A gratidão abre em nossas vidas, em nossos dias escuros, as janelas da esperança, deixando correr a brisa gostosa da companhia de Deus.